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A batalha por Alepo está chegando ao fim, com a vitória da aliança síria-russa-iraniana, mas um novo fator embaça a visão do que está por vir — a guerra no sexto ano e com cerca de 300 mil mortos: é Donald Trump.
O próximo presidente dos Estados Unidos, ao contrário de Barack Obama, não exige a deposição do presidente sírio, Bashar Assad, e nem vê problemas com a presença militar russa em território sírio. Ele quer acabar com o Estado Islâmico em pontos isolados da Síria e do Iraque.
Até a reconquista de Alepo, nesta segunda-feira 12, os jihadistas do EI não foram alvos prioritários da aviação russa. Nem secundários. Na mira estiveram sempre os rebeles sírios, atacados pesadamente para salvar o governo de Assad. Os americanos voaram seus aviões para fora da Síria, então entregue às milícias xiitas do Líbano, Iraque e Irã.

Putin
Fugitivos de Alepo diziam estar saindo do “fim do mundo”, exibidos pela tevê estatal síria. Apenas alguns bolsões do lado oriental da cidade ainda resistiam ao assalto, sem hospitais, combustível e os galpões com trigo. É a maior vitória de Assad em toda a guerra civil. Agora ele não precisa concordar com cessar-fogo e negociações da diplomacia internacional.
A União Europeia continua pedindo apenas o fim dos

Assad
bombardeios aéreos e a proteção dos civis. Depois de impor 230 sanções à Síria, sem nenhum resultado, a chanceler da UE, Federica Mogherini, concluiu que nada mais poderia fazer. Os rebeldes ficaram isolados e, em menos de um mês, foram cercados e vencidos.
Com a eleição de Donald Trump o futuro imediato da Síria não está claro. Assad, para ele, pode continuar presidente, desde que apoie a luta dos Estados Unidos contra o EI e a Al-Qaida, ressurgindo após a morte de Bin Laden.. Mas há um risco: o governo sírio pode cair em poder de grupos islâmicos — o

Trump
temor que levou Barack Obama a se aliar com os rebeldes.
A Arábia Saudita, que apoiava os rebeldes, e Israel, na fronteira dessa incerta Síria, não fecham com Trump. Restam as forças dos curdos sírios e iraquianos e os turcos, que combatem os jihadistas do EI nos vazios dos dois países, mas também estão em guerra entre si. O fim da batalha de Alepo pode ser o início de outra guerra.